A Federação Paulista de Futebol (FPF), na teoria, proibiu a presença de quatro torcidas organizadas de Guarani e Ponte Preta no dérbi de Campinas que foi realizado, neste sábado, e terminou empatado, por 1 a 1, pelo Campeonato Paulista. Mas o veto não irá adiantar nada como vocês, torcedores-internautas, perceberão na seção Mau Humor FC 108.
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Na prática, a FPF proibiu apenas vestimentas de organizadas. Os bandidos infiltrados poderão entrar no estádio, desde que estejam com outro fardamento. Atitudes paliativas até que outra pessoa morra. Para quem não sabe, dias atrás, Anderson Ferreira foi morto durante um confronto entre torcidas organizadas de Ponte Preta e Guarani. Detalhe: a briga aconteceu após um jogo das categorias de base.
Medidas como a da FPF estão ultrapassadas e não colaboram em nada na questão segurança. Bandido que é bandido vai matar com ou sem uniforme de organizada. A proibição e até a prisão devem ser constantes. Polícia, Federação e clubes devem agir juntos. Passou da hora de termos medidas drásticas em relação a violência no futebol.
Futebol é esporte e espaço para torcer, não brigar. No clássico entre São Paulo e Santos tivemos mais brigas e emboscadas. Estou falando apenas dos episódios recentes. A violência que, agora, ocorre fora dos estádios, nas intermediações das arenas, está em todo o país e sempre com as organizadas no meio.
Os clubes precisam parar de dar ingresso a estes integrantes. Os clubes são culpados, sim, pela violência de seus torcedores. Já teve clube que destinou renda de jogo para o carnaval de sua organizada. Um absurdo! Enquanto não tivermos punições severas, veremos mortes atrás de mortes.
Voltando a nota divulgada pela FPF em relação a "proibição" de organizadas nos estádios, há um trecho que me chamou bastante atenção. Diz a nota: "A Federação Paulista de Futebol informa que neste sábado, 24 de março, retoma o controle de acesso em todos os estádios do Estado dos torcedores membros de torcidas organizadas cadastrados anteriormente". Mais adiante a FPF escreve "O recadastramento de novos torcedores deve ter reinício em breve".
Quer dizer que precisou morrer um torcedor para a FPF voltar o controle de organizadas? Então o cadastro não estava servindo para nada? E pior que é assim mesmo. É sempre assim. Não que o recadastramento seja uma ideia inovadora e que acabará com a violência, mas pelo menos ajuda a identificação dos bandidos.
Enfim, todos sabem que algo deve ser feito. Mas nem todos querem agir. Os clubes não querem brigar com seus torcedores e as Federações não querem entrar em rota de colisão com os clubes. Assim resta apenas a polícia contra os marginais. Enquanto estas três frentes não agirem juntas, não teremos o futebol sem violência.
Em tempos...
Acompanho a Folha de S. Paulo diariamente, mesmo o jornal tendo transformado a parte esportiva em tabloide e brincadeiras. Mas não é neste ponto que quero tocar. A capa do jornal deste sábado foi sobre o dérbi campineiro. Um grande passo para um jornal que foca apenas nos chamados grandes. O foco da matéria, porém, foi sobre a violência no dérbi.
Nada contra o jornal dar ênfase a este fato, mas não entendo o motivo para a Folha não ter feito o mesmo com o acesso da Ponte Preta na Série B do Campeonato Brasileiro e até mesmo com a boa fase do Guarani, quando o Bugre assumiu a vice-liderança no Paulistão. A Folha e tantos outros órgãos de imprensa precisam entender que são lidos por torcedores de vários clubes e não apenas aqueles da capital. Respeitar o leitor deveria ser o lema de todo meio de comunicação. #ficaadica
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