O futebol brasileiro viveu uma noite de quarta-feira tenebrosa. Desde 1994, o país do futebol não tinha apenas um clube nas quartas-de-final da Libertadores. Mas desta vez, o blog rbrito não irá abordar os números frios, como fizeram com louvor os sites especializados. Nesta sexta-feira vamos analisar a situação de Cruzeiro, Fluminense, Grêmio, Internacional e São Paulo. Apesar de disputar a Copa do Brasil, o Tricolor paulista não tem agradado seu torcedor.
O Cruzeiro tinha a melhor campanha da Libertadores (seis vitórias e um empate) até a derrota (2 a 0) e eliminação para o Once Caldas-COL. Todos acreditam que esta foi a maior surpresa da quarta-feira, afinal a Raposa havia vencido o primeiro duelo, por 2 a 1, na Colômbia. De fato foi surpreendente a eliminação do time que era considerado, ao lado do Coritiba, o melhor do Brasil.
Mas é necessário entender que o Cruzeiro foi completamente prejudicado pela expulsão do meia Roger logo aos 31 minutos do primeiro tempo. Expulso corretamente, o jogador deveria tomar uma punição exemplar dos dirigentes azuis. É verdade que o clube mineiro jogava em casa e tinha a vantagem, mas segurar qualquer clube com um homem a menos é sempre complicado.
O Once Caldas pode estar com um time inferior em relação a temporada 2004, quando foi campeão da Libertadores, mesmo assim requer atenção. Agora, os colombianos, que têm Rentería, chegam embalados para o duelo contra o Santos, time que foi eliminado pelo próprio Once Caldas em 2004.
Racha?!
A eliminação do Fluminense também foi surpresa para muitos. Mas esta é mais fácil de explicar. O Tricolor carioca se despedaçou após o título do Brasileirão em 2010. A novela carioca ainda ganhou um capítulo dramático com a saída do técnico Muricy Ramalho.
O Fluminense, com outro milagre, conseguiu se classificar as oitavas-de-final. O time, ainda no embalo pela classificação, fez um bom placar, em casa, contra o Libertad (3 a 1). Mas antes do jogo decisivo, no Paraguai, o atacante Emerson, dispensado pelo clube a poucos momentos do duelo contra o Argentinos Juniors-ARG na última rodada da primeira fase, abriu a caixa preta do Flu.
O atacante disse que o grupo estava rachado. Que o meia Souza, por ser seu amigo, estava sendo boicotado pelos dirigentes. Emerson ainda disse que alguns jogadores mandavam e escalavam o time mais que o técnico interino Enderson Moreira. Os problemas foram maquiados até o ponto em que não foi possível executar mais um milagre.
Ídolos!
Grêmio e Internacional têm problemas parecidos. Em épocas de vacas magras, a dupla preferiu apostar em ídolos como técnicos e na paixão de seus torcedores, a montar bons times. O Grêmio foi eliminado já na primeira partida, ao cair diante do Universidad Católica-CHI em pleno Olímpico.
O Internacional até que se saiu bem fora de casa e chegou animado para o duelo decisivo. Mas o Peñarol-URU voltou a ser grande e mostrou como se joga uma Libertadores. Restou aos apaixonados do sul a final do Estadual.
Culpados!
O São Paulo não está na Libertadores, mas também segue em baixa com seus torcedores. A insatisfação dos tricolores é com o técnico Paulo César Carpegiani, aquele mesmo exaltado no Brasileirão 2010. O treinador tem sua parcela de culpa, mas ele não é o único responsável pela improdutividade do São Paulo.
Qual treinador consegue fazer milagres quando perde seus principais jogadores? O São Paulo estava jogando bem, mas de uma só vez, perdeu Lucas, Fernandinho, Rodrigo Souto e Rhodolfo. Lucas dispensa comentários. Fernandinho, apesar de não ser um craque, estava em uma ótima fase.
Aliás, a mesma fase que vive Dagoberto. Para quem não acompanha o time do Morumbi de perto, o atacante até outro dia, era um dos mais criticados. Não fazia gols e sempre saia de campo vaiado. Mas a fase mudou. Ele é um contrapeso para a imensidão de problemas sãopaulinos.
Carpegiani pode pecar na defensividade, mas este é o mesmo problema que afeta o Corinthians de Tite e tantos outros clubes. O Santos, até agora, tem sua defesa elogiada. Mas é só parar de ganhar, para as críticas começarem. O ideal seria mais opinião própria e menos atenção aos comentaristas de TV.
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